mago do Fabrizio


Este mago foi feito como primeira tatuagem em um cliente bacana. Aqui ela está como ficou na primeira sessão. Hoje o Fabrizio já exibe o mago colorido e terminado. O mais interessante dessa tattoo é a maneira como o cliente a ganhou.
Para quem já está acostumado a ser tatuado ou a tatuar pode ser banal, porém, para aqueles que pensam em fazer a primeira - ou segunda, terceira... - tatuagem, este exemplo pode ajudar.
Primeiro o cliente, o Fabrizio, colocou na cabeça que queria fazer uma tatuagem. Conversou com um colega de trabalho que havia feito uma. Ele mostrou como ficou, falou da experiência e indicou o tatuador - no caso, eu.
Então ele foi lá no estúdio. Não para sair tatuado, mas para conferir o lugar. Foi ver se trabalhávamos com a devida seriedade. Se tomávamos as devidas precauções com relação à higiene e se utilizávamos materiais descartáveis e esterilizados. Só então é que pediu para ver alguns dos trabalhos feitos pelo pessoal da loja.
Depois de sentir segurança, tanto na assepsia quanto no talento, é que começamos a tratar da peça que ele queria tatuar.
Daí foi escolher o tema. Tomar algumas referências. Criar o mago e marcar o horário da tatuagem.
Contei a história dessa tattoo para ilustrar como alguém que pretende marcar definitivamente seu corpo deve proceder.
É incrível a quantidade de clientes que têm vergonha - ou algo que o valha - de perguntar e exigir que o artista tatuador tome as devidas precauções quanto a segurança, tanto do tatuado como dele próprio.
Se você pensa em se tatuar, não tenha medo de exigir que o tatuador lhe mostre o ambiente de trabalho e lhe explique os procedimentos que toma. E também lembre-se de sair do atelier sem nenhuma dúvida sobre os cuidados necessários durante e após a cicatrização.
Mais uma coisinha: não tenha medo de entrar numa loja de tatuagens, nem que seja apenas para matar a curiosidade. A maioria dos tatuadores não morde.
- Um abraço Fabrizio, é isso aí. Os guris me mostraram as fotos da tattoo terminada. Qualquer coisa é só dar um toque.

fada da thayse


Essa foto é da segunda sessão da fada que a Thayse - a aprendiz lá do estúdio onde trabalho - está ganhando. As sessões são curtas pois a menina ainda não suporta muito bem a dor e apesar dos meus constantes avisos pra não se mexer, ela cisma em se contorcer como um coró no asfalto quente. Seria mais engraçado se não tivesse que interromper constantemente a tattoo. Na verdade as asas já foram iniciadas e o rosto já ganhou melhor definição, além das plantas e do chão estarem completos. Publicarei a continuação desta tattoo tão logo conseguir completar as assas. Por enquanto podes ver a fada em seu estado mulher sentada no cogumelo.


om on babi julian


Esta foi feita há algum tempo. Lembro da Babi ter me perguntado se poderia colocar a cadeira mais próxima da parede: - É que quero me enconstar melhor.
E eu: - Tudo bem.
Rearranjadas as cadeiras, reinicio o contorno e - entre um mergulho e outro na tinta - percebo que ela está com a cabeça apoiada na parede, com uma expressão tranqüila demais para quem está recebendo uma tattoo no ombro. Então pergunto: - Está tudo bem?
E ela, como se eu estivesse a decalcar uma figurinha de chiclete: - Sim. Se não fosse pelo barulho ia dormir aqui.
Tá certo então. Vai ver eu esqueci de avisá-la que as articulações são os locais mais doloridos para se tatuar.
Muitíssimo obrigado pela foto Babi. Estou te esperando para fazer aquela peça nas costas.

Agora olha isso aqui.

Pode até parecer que alguns vão se afogar, mas que tem uma coisarada boa aqui é inagável.
Aliás, se souber o que está vendo e, melhor ainda, o que está lendo e ouvindo, vai saber o que é aproveitável e o que não. Então presta atenção e lembra que não deve fazer muito bem colocar sujeira dentro de um ferimento. É o mínimo que se espera.

vai fundo magrão. só não te afoga...

Não é querer se meter a sabixão. Apenas uma expressão necessária.
O dito: "De perto todo mundo é louco", vem a calhar. Dá uma olhada de perto nestes expécimes.
Além do primeiro impacto da descoberta de uma profanação do corpo, é visível o teor artístico. E não apenas das pinturas, das perfurações ou dos penteados. Há a encenação.
E isso não significa que mudaram - além do brozeado - o semblante apenas para a fotografia. Os persogens parecem complexos dentro dos corpos. O homem-lagarto não existe só na foto, vai ao mercado comprar ovos. Agora se vai de resboleio ou à dois pés não se sabe. De qualquer forma é de duvidar que a mulher-gato caga numa caixa de areia, enterra e sai de ladinho.
É a masi pura expressão de comprometimento com a arte. Atrelar-se para sempre ao personagem. Abandonar a chance de poder ficar nú com a mão no bolso. Saber de ante-mão que será repudiado pelo grande público e não fugir a luta.
Melhor que atravessar a rua será uma conversa. Sabe-se lá que mundos à descobrir.
Vai fundo magrão. Só não te afoga...